Depois do pico pandémico por que passámos com a COVID-19, podemos fazer uma breve análise e perguntar: o que mudou, afinal, nas vidas dos condóminos? E que mudanças aos hábitos diários vieram para ficar?
Uma das alterações mais claras prende-se com a maior dependência do online para trabalhar, para fazer compras, para fazer cursos e até para comunicar com amigos e familiares. Mas que impacto pode ter no bem-estar físico e mental todo o tempo que passámos em casa, em frente a um computador?
São inegáveis (e quase incontáveis) as vantagens que perdemos com os confinamentos: sair para trabalhar, mudar de ambiente, encontrar pessoas, falar e desabafar sobre a vida, trocar ideias e experiências, aprender, desenvolver dons e capacidades, obter apoio e partilhar projetos e aprendizagens com os colegas e amigos de trabalho.
Além disso, o trabalhar “à distância” trouxe outro problema: na maior parte dos casos, deixámos de ter horas definidas para as pausas e até para terminar os dias de trabalho. Afinal, o computador estava sempre ali ao nosso alcance, sendo tão simples responder a um email às nove da manhã como acabar uma proposta já depois do jantar.
No entanto, esta exposição prolongada ao ambiente profissional tende a dificultar a produção de melatonina, uma hormona importante na indução de estados de relaxamento e de sono, acabando por provocar ansiedade e depressão.
Por isso, se estes novos hábitos digitais se instalaram na tua vida e continuas em teletrabalho, ou até em regime híbrido (trabalhando uns dias em casa e outros no escritório), é preciso que estejas atent@ para que não caias num estado de desequilíbrio psicológico, tendo ainda atenção às condições de trabalho – como a iluminação adequada e as cadeiras ergonómicas (que permitam regular a altura do assento e do braço e que tenham encosto com apoio lombar). Isto tudo aliado ao facto der ser essencial definir um horário de trabalho que favoreça momentos de pausa e um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
Mas há mais: a vivência da casa e do condomínio tornou-se, então, mais intensa. E este tempo acrescido em casa fez até com que os vizinhos se cruzassem mais vezes do que, fora do contexto pandémico, poderia ser normal. Se assim é, porque não aproveitar este regresso à ‘normalidade’ para repensar os espaços comuns, promovendo o seu melhor aproveitamento para o convívio dos condóminos e dos seus amigos e familiares? Umas cadeiras estrategicamente colocadas no pátio ou umas espreguiçadeiras no terraço do edifício podem ser (com a devida higienização) uma ótima desculpa para conhecer melhor os outros condóminos e, quem sabe, fazer uma amizade com alguém da porta do lado!